ABA – Mas o que é isso?
ABA – Mas o que é isso?
Por Morgana Moura Chagas –
Conselheira Estadual MG, mãe e psicóloga especializando em ABA.
Como uma boa mineira que sou, a primeira vez que escutei essa sigla ABA, logo pensei, “é de comer ou de passar no cabelo” (expressão utilizada quando não se tem a mínima ideia do que se trata), enfim lá se vai eu procurar informações sobre O tal ABA que tão rápido se transformou em A tal ABA. Isso mesmo A ABA, pois trata-se de uma CIÊNCIA, ou melhor um ramo da ciência aplicada.
ABA – Análise do comportamento aplicada, do inglês Applied behavior analysis tem gerado conhecimento útil para desenvolver modelos de intervenções voltados para a solução de problemas sociais, como gestão de pessoas em empresas, no esporte, programas de ensino em qualquer nível e a partir de 1987 através do psicólogo Ivar Lovaas ela vem sendo amplamente utilizada no atendimento a pessoas com desenvolvimento atípico, como o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
A ABA não pode ser classificada como um método porque um método geralmente tem um formato fechado. Na ABA, um plano é criado para cada paciente de acordo com suas necessidades. Esta ciência visa observar, analisar e explicar a relação entre o comportamento humano, o ambiente e a aprendizagem, objetiva ensinar comportamentos socialmente relevantes e reduzir comportamentos problemáticos, construir pré-requisitos de atenção e habilidades básicas de aprendizagem visando a aquisição de conhecimentos complexos, a independência e a autonomia. Portanto, o processo de tratamento ajuda a melhorar as habilidades básicas, como ver, ouvir e imitar, ou habilidades complexas, como ler, falar e interagir com outras pessoas, o paciente estará em constante avaliação, para verificar se o comportamento está mudando na direção esperada e se os objetivos traçados no plano terapêutico estão sendo alcançados.
A ABA deve estar integrada ao estilo de vida da família e do cuidador do paciente, sendo imprescindível o trabalho conjunto da equipe de tratamento que colabora diretamente com o paciente, família e escola. A literatura científica comprova a eficácia e eficiência da ciência de aplicar 20 a 40 horas semanais (incluindo intervenções em escolas, clínicas e residências), dependendo das necessidades específicas de cada indivíduo.
Para um bom atendimento de ABA é importante buscar profissionais qualificados, que estejam em constante aperfeiçoamento, existe um exame de certificação internacional que pode comprovar que o profissional (psicólogo ou não) possui os conhecimentos necessários para atuar como analista do comportamento. O conselho de certificação é o BACB (Behavior Analyst Certification Board) de origem americana, mas pode ser utilizado por profissionais em diversos países, inclusive no Brasil.
No Brasil, analistas de comportamento não exigem certificação internacional. A Associação Brasileira de Psicologia e Medicina do Comportamento (ABPMC) possui um contrato de certificação de analista comportamental, mas esta certificação não é uma condição de desempenho, e como ainda não existe uma regulamentação para analistas do comportamento, os profissionais que desenvolvem e aplicam o programa devem ser especialistas na área e supervisionados por um Mestre/Doutor em Análise do Comportamento, para garantir um serviço baseado nas melhores práticas dessa ciência.