Autismo & a Borboleta

Autismo & a Borboleta

Por Adriana Ferreira
Conselheira Estadual de SC/ONDA-AutismoS


Então, vamos à história da borboleta, da qual falei no post anterior.
Quando João recebeu o diagnóstico, a primeira coisa que perguntei ao médico foi: um dia João virará borboleta , sairá do casulo?
Essa pergunta eu fiz, porque João sempre foi muito dependente da gente, tinha muitas limitações, precisava muito de suporte nas AVDs.
Isso nos assustava.
E mais o fato de que nós, pais superprotetores, acabamos colocando-o em um casulo blindado, que foi nosso caso.
E, como falei anteriormente, o diagnóstico foi libertador, pois saberíamos o prognóstico que seria tomado.
Algo que não enxergávamos antes.
Com o passar dos anos, ele foi crescendo; algumas vezes, víamos uma progressão, em outras; víamos regressão, descendo alguns degraus que havia subido. E também descobrirmos que fazia parte de todo o processo, precisávamos confiar, esperar e caminhar com ele.
Aguardar todo o processo, não querendo pular fases e apressá-lo, deixando ele caminhar.
Isso é muito importante para todo o processo.
João, aos pouquinhos, foi arrebentando os fios de seda do SEU casulo.
E também fomos soltando os fios, pouco a pouco.
E hoje ele voa lindamente, com alguns tropeços pelo caminho, mas voando.