13 de julho é o Dia Mundial da Conscientização do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - (TDAH).

13 de julho é o Dia Mundial da Conscientização do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade - (TDAH).

Por Liziani Silveira
Conselheira Profissional


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento. É definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e ou hiperatividade-impulsividade. Para que sejam confirmados critérios de desatenção e critérios de hiperatividade e impulsividade, é necessária a existência de ao menos seis sintomas conflitantes ao nível de desenvolvimento da pessoa, com persistência em período de seis meses, para cada critério estabelecido pelo Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, quinta edição.

O TDAH começa na infância e costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional. Apesar de a tríade sintomática complicar vários aspectos da vida da pessoa, ela pode ser modificada com o passar dos anos, e os sintomas podem se apresentar de formas mais flexíveis, havendo a possibilidade de diminuição de alguns dos sintomas. As manifestações do transtorno devem estar presentes em mais de um ambiente e, é comum os sintomas variarem conforme o contexto em um determinado ambiente. O TDAH é mais frequente no sexo masculino do que no feminino na população em geral, com uma proporção de cerca de 2:1 nas crianças e de 1,6:1 nos adultos. Já existem inúmeros estudos em todo o mundo, inclusive no Brasil, demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais. Os estudos apontam, também, que padrões de interação familiar no começo da infância provavelmente não causam TDAH, embora possam influenciar seu curso ou contribuir para o desenvolvimento secundário de problemas de conduta.

Esse transtorno tem sido amplamente estudado devido, principalmente, ao aumento significativo do número de diagnósticos. De fato, a literatura da área mostra que o TDAH é uma das principais causas de procura de ambulatórios de saúde mental de crianças e adolescentes e, é frequentemente compreendido como um quadro diagnóstico complexo, de início precoce e evolução crônica. O tratamento do TDAH deve ser realizado por meio de intervenções multidisciplinares, envolvendo a criança e sua família, escola e profissionais de saúde. Essas intervenções devem envolver abordagens psicossociais e psicofarmacológicas (dependendo do grau de apresentação dos sintomas).

A criança com TDAH apresenta complicações em sua qualidade de vida social e acadêmica, que caso não sejam tratadas podem gerar comorbidades psiquiátricas, como transtorno de ansiedade e transtorno opositor-desafiador, por essa razão é bastante importante que a família busque ao máximo se organizar para realizar o tratamento adequadamente. A qualidade da interação entre equipe de saúde e família parece ter um importante impacto positivo sobre os resultados do tratamento. O envolvimento da família pode ainda ser ressaltado sob a perspectiva que o ser humano nasce, cresce e morre dentro de uma família. Assim, a família é provavelmente o melhor contexto para compreender e auxiliar as dificuldades vivenciadas por qualquer um de seus membros. A orientação aos pais ou cuidadores de crianças ou adolescentes com TDAH é um processo educativo. Segundo Paulo Freire: “ensinar é um exercício do diálogo, da troca, da reciprocidade, ou seja, envolve falar e escutar, aprender e ensinar”.

Isso significa compreender e respeitar o tempo individual de cada pessoa durante todo o processo de estimulação, orientação e tratamentos.

Referências

MISSAWA, Daniela Dadalto Ambrozine, & Rossetti, Claudia Broetto. (2014). Psicólogos e TDAH: possíveis caminhos para diagnóstico e tratamento. Construção psicopedagógica, 22(23), 81-90. Recuperado em 20 de abril de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542014000100007&lng=pt&tlng=pt.

Effgem, Virginia, Canal, Cláudia Patrocínio Pedroza, Missawa, Daniela Dadalto Ambrozine, & Rossetti, Claudia Broetto. (2017). A visão de profissionais de saúde acerca do TDAH - processo diagnóstico e práticas de tratamento. Construção psicopedagógica, 25(26), 34-45. Recuperado em 20 de abril de 2021, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542017000100005&lng=pt&tlng=pt.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.