Dicas de Atividades Físicas para as férias com crianças autistas
Dicas de Atividades Físicas para as férias com crianças autistas
Prof. Dr. Sergio Machado – Conselho Profissional da ONDA-Autismo
Prof. Me. João Lucas Lima
Prof. Mtd. George Telles – Conselho Profissional da ONDA-Autismo
O que devemos nos atentar antes de passar atividades para crianças com autismo?
Primeiro de tudo, devemos entender pequenas diferenças com relação aos termos atividade física, exercício físico e esportes, até porque eles têm diferentes objetivos.
Bom, atividade física é qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. Já exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem por objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. E por último, esportes, que é um sistema ordenado de práticas corporais de relatividade complexidade que envolve atividades de competição institucionalmente regulamentada, que se fundamenta na superação de competidores ou de marcas e/ou resultados anteriores estabelecidos pelo próprio esportista
Ambos os tipos de atividades são importantes para a saúde, não somente física, mas também para a mental e o funcionamento cognitivo. No entanto, outra informação importante deve ser trazida ao público leigo, é a quantidade necessária de atividade física que devemos fazer por semana para que sejamos considerados fisicamente ativos e, portanto, estarmos num nível considerado de uma pessoa saudável ou ativa fisicamente.
Para saúde e bem-estar, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física de moderada intensidade por semana (ou atividade física vigorosa equivalente) para todos os adultos, e uma média de 60 minutos de atividade física aeróbica moderada por dia para crianças e adolescentes.
Dessa forma, temos uma série de dicas de atividades físicas, exercícios físicos e atividades esportivas para as férias. Vale lembrar sempre que devemos sempre respeitar a vontade/preferência das crianças e adolescentes com relação a determinadas atividades.
1) Pequenas atividades físicas, como dançar e realizar tarefas domésticas com a família inteira, como limpeza e jardinagem são meios para se manter ativo em casa nas férias.
2) Movimentos rítmicos e com música, jogos educacionais (jogos realizados com pares, cooperação, grupo, regra, ritmo e música).
3) A LEGO terapia pode ser uma atividade de jogo compartilhado com pais ou irmãos no ambiente doméstico.
4) Durante o tempo livre, atividades cognitivas, como a leitura livros, jogos de tabuleiro e quebra-cabeças podem ser realizadas.
5) Técnicas de meditação e respiração podem ser usadas para relaxamento. Os indivíduos precisam concentrar-se na respiração por 5 a 10 minutos sem focar em pensamentos e preocupações.
6) Atividades aeróbicas e de desenvolvimento motor, por meio de esportes, como futebol e basquete, também podem ser utilizadas.
7) Exercícios de força muscular, como por exemplo, atividades de abdominais e flexões agachamento, ponte, e outros também são recomendados.
9) E além desses, o uso dos Exergames, que são jogos eletrônicos interativos, é de grande valia para as crianças e adolescentes com autismo. Para isso, podem ser usados os vídeos games Wii, X-box 360 e outras marcas. Com os Exergameso praticante interage com os “avatares ou hologramas” dos jogos. O praticante ao interagir com eles tem seus movimentos captados por um sensor de movimentos, que os reproduz na tela da TV ou em um telão, deixando tudo muito mais realista. Ou seja, quando a criança começar a jogar vôlei, por exemplo, verá seu “avatar ou holograma” se movimentado na tela da TV, realizando os mesmos movimentos que ela está fazendo, em tempo real.
Por último, e não menos importante, busque sempre um profissional de Educação Física, devidamente habilitado e registrado no conselho regional de Educação Física (CREF) para orientação das atividades.
Mantenham-se ativos! Exercício é remédio!
Um abraço a todos.
Referências
LeGoff, D. B. and Sherman, M. 2006. Long-term outcome of social skills intervention based on interactive LEGO# play. Autism, 10, 317–329.
Peckett, H., MacCallum, F. and Knibbs, J. 2016. Maternal experience of Lego Therapy in families with children with autism spectrum conditions: What is the impact on family relationships? Autism, 20, 879–887.
Yarımkaya, E., Ilhan, E. L. and Karasu, N. 2017. An investigation of the changes in the communication skills of an individual with autism spectrum disorder participating in peer mediated adapted physical activities. Ankara Universitesi Egitim Bilimleri Fakultesi Ozel Egitim Dergisi, 18, 225–252.
World Health Organization. 2020. Statement on the second meeting of the International Health Regulations (2005) Emergency Committee regarding the outbreak of novel coronavirus (2019-nCoV). Available at:
