A felicidade pressupõe leveza

A felicidade pressupõe leveza

Por Jeane Rodrigues
Conselheira Estadual/MG, mobilizadora do Projeto TEAcolher
e coordenadora do Projeto TEApresentar.


Já dizia Clarice Lispector: “A gente tem o direito de deixar o barco correr. As coisas
se arranjam, não é preciso empurrar com tanta força”.
Na busca pela tal felicidade, tem uma coisa que já aprendi e que penso ser o cerne
de tudo: não dá para carregar o mundo nas costas!
E nós, mulheres, por questões culturais e históricas, temos uma terrível e triste
tendência de querer carregar o mundo nas costas, resolvendo problemas de todos
ao nosso redor e nos cobrando impiedosamente quando não conseguimos ser
aquilo que sociedade nos faz crer que nascemos para ser.
Quantas vezes eu me senti culpada por reclamar cansaço ao cuidar do meu filho de
dia e à noite?
Quantas vezes me senti impotente por não conseguir identificar o motivo do choro,
da birra, da crise?
Quantas vezes aceitei como justas vozes que me diziam que não importava o quanto
eu estivesse exausta, o que importava é que meu filho estivesse bem e saudável.
Quantas vezes, nós, mulheres, validamos tantas responsabilidades absurdas a nós
impostas todos os dias?
E sabe o que acontece? Isso tudo vai pesando a gente.
Vai pesando nossas asas a ponto de não desejarmos mais voar.
E aí é preciso lembrar Lispector - “não é preciso empurrar com tanta força”.
Ser feliz é simples. E é preciso leveza. Não no corpo, mas na alma e no coração.
Por isso, mulheres, sejamos mais leves conosco mesmas e com as outras.
Assim, com certeza seremos mais felizes.