Autismo & Mãe atípica & "Luto"

Autismo & Mãe atípica & "Luto"

Adriana Ferreira
Conselheira Estadual de SC/Onda-AutismoS


Minha história com o autismo veio à tona quando João tinha 12 anos apenas, demorou e muito.
Hoje, está com 26 anos. Lá atrás tudo era novo, diferente e, claro, bem mais difícil.
A pessoa autista naquela época era vista como uma pessoa totalmente alienada a este mundo, que literalmente vivia no mundo da lua e estereotipava em pêndulo. Acredito que esse foi um dos motivos de tanta dificuldade em termos diagnósticos de autismo.
E, na verdade, não tive esse luto pós-diagnóstico do qual tanto é falado.
Para mim, foi algo libertador, pois a procura que algo estava diferente foi longa.
Lembro que a primeira coisa que perguntei ao médico foi se um dia ele seria uma borboleta.
A história da borboleta fica para outro dia, hehehe.
Posso afirmar que tirei toneladas do meu ombro, mesmo recebendo 3 diagnósticos, autismo, síndrome x frágil e deficiência intelectual.
Agora sabíamos por onde começar a trilhar.
Claro que não vou dizer que não nos assustamos, porém nada iria mudar na verdade. Ele iria continuar sendo o que sempre foi, mas agora teria tratamentos e terapias direcionada.
Então, o luto não fez parte do nosso processo convencional.