A difícil missão da mulher/mãe "guerreira"

A difícil missão da mulher/mãe "guerreira"

Por Francilene Vaz

A grande questão em relação ao padrão da mulher/ mãe guerreira está nas redes sociais, nas quais os bastidores da vida real são ocultados, as dificuldades são suplantadas.
O equívoco ocorre quando escolhemos acreditar na perfeição inatingível.
A insatisfação ocorre ao passo da inexistência desses padrões de perfeição.
As referências de redes sociais servem apenas para gerar frustração.
Mostrar a imperfeição não está em alta. A potência com que essas informações chegam ao nosso alcance nos afetam a ponto de paralisar por completo.

Nós, mulheres/mães, precisamos entender de fato o que é "ser guerreira". Pois, afinal, quem disse que queremos essa "guerra?"

Queremos os mimos, a possibilidade, a necessidade de "estar" frágil, de receber colo.
Reconhecer essa dependência de cuidado é sinônimo de força.

A cobrança excessiva em buscar um patamar elevado destroi a possibilidade de SER.

Passamos a ocupar o lugar da obrigação de TER.
Ter que estar firme.
Ter que estar bela.
Ter que sorrir.
Ter que estar num padrão de referência do que se espera de uma mulher guerreira.

E o TER mantém a sobrevivência. Enquanto o SER, a felicidade.
Um "ter" o tempo todo que não sobra tempo para o "olhar para dentro", para o "eu" interior e para as necessidades pessoais.

Esse tempo, que eu prefiro chamar de "tempo de perdão", traz a compreensão real da importância da vida. E tudo que podemos SER enquanto seres vivos.

A nossa personalidade, unicidade fica esquecida nas referências alheias, de experiências distintas e nos deixam "pesadas" em não podermos errar na difícil missão de ser mulher/mãe perfeita.
Sem falar na culpa que carregamos por não conseguirmos suprir nossas próprias expectativas.

Entender que a plenitude, a inspiração inacessível, a capacidade feminina de fazer, realizar tem que ser desprovida da necessidade de sempre provar que se é capaz.

Provar que é, por si só, torna-se exaustivo, frustrante. E quem disse precisamos aceitar essa condição?
Aceitar o fato de receber tantos elogios, tantos superpoderes não faz de nós uma supermulher/mãe. Muito pelo contrário, nos exime da liberdade de sermos delicadas, frágeis, de o pedirmos e recebermos ajuda.

A realidade é que ocupar esse papel nos traz a dimensão de ser humanas, cheias de falhas. Mas acertivas e o ndesistíveis, também.

O momento para despir-se dessa vestimenta de mãe/mulher guerreira pode ser agora, de abandonar esse "roteiro" que criaram para você.

(Re)comece. (Re)conecte-se.
(Re)ssignifique.
Assuma o autocontrole, o autocuidado e o amor-próprio. E por que não: torne-se uma mulher "Indesistível"?