Professora e Detetive

Professora e Detetive

Por Cláudia Moraes

Vice-presidenta da ONDA-AutismoS; Especialista na Educação na Perspectiva do Ensino Estruturado; Mestra em Educação com especialização em formação de professores; Professora Honorária do The Nora Cavaco Institute- International Center of Neuropsychology & Autism.


“Podemos aprender muito com o histórico de nossa família.

Nas minhas muitas viagens para conferências de autismo, tenho encontrado famílias com desordem afetiva no seu histórico. A relação entre desordem afetiva e autismo é também mencionada na literatura (Gillberg & Schaumann, 1981). O histórico familiar de pessoas autistas pouco comprometidas costuma conter ansiedade ou pânico, depressão, dons ou grandes habilidades em certas áreas, alergia a certos alimentos e determinados tipos de desordem no aprendizado. Em muitas das famílias que eu entrevistei, a desordem nunca havia sido formalmente diagnosticada, porém um questionário cuidadoso era revelador.” (Temple Grandin, UMA VISÃO INTERIOR DO AUTISMO)

Escola e família devem sempre caminhar juntas, são instituições de base na formação do homem em sua integralidade.

Para alunos com deficiência, as relações escola/família devem se estreitar tanto quanto possível. Em autismo, por exemplo pedimos individualização, educar a cada um é um processo cujas demandas, objetivos, estratégias educativas exigem o conhecimento do sujeito e respeito às suas especificidades.

O conhecimento sobre o entorno do aluno, das suas relações familiares, de como se dá essa interação também sobre o histórico familiar relativo à saúde mental, esclarece e promove intervenções educativas mais pontuais. Importante salientar: sem invadir a privacidade familiar, e com amorosidade.

O professor que deseja obter sucesso na educação de pessoas autistas, deve agir como um bom detetive: conhecer a fundo o foco de sua pesquisa, e isso deve se basear em 3 pontos principais: 1- conhecimento do transtorno e domínio de técnicas, 2- conhecimento do aluno e sua família, 3- avaliações precisas.

Voltando à Dra Grandin (autista), ela cita como fatores decisivos para o seu sucesso na vida, sua mãe e ter tido bons professores. Aí é definida nossa importância!