TEA & Autonomia & Independência

TEA & Autonomia & Independência

Por Adriana Ferreira
Conselheira Estadual de SC e Voluntária do Instituto AutismoS


Autonomia é a capacidade de tomarmos decisões sobre nós e nossa vida, como fazer escolhas, ter iniciativa, planejar, executar objetivos, resolver conflitos, etc.
Deve ser estimulada desde a infância… Assim, a criança autista crescerá mais segura, e isso refletirá positivamente na vida adulta, garantindo um adulto mais seguros de si, criativo, com maior poder de decisão, responsável, com facilidade para resolver conflitos e pronto para desafios.
A autonomia está ligada a competências cognitivas e de comunicação.
Uma pessoa autônoma é aquela que consegue manifestar e buscar o que deseja.
Já a independência é a habilidade de realizar atividades cotidianas sem auxílio ou suporte de outra pessoa, o que envolve, além de competências cognitivas e comunicativas, competências motoras.
Ambos estão ligados. A autonomia contribui para que a pessoa sinta-se mais segura, tenha maior iniciativa e independência, se comunique e interaja melhor com os outros e o ambiente.
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), a autonomia deve ser mais estimulada, pois pode ser mais desafiadora, devido às particularidades sensoriais, de funções executivas, motoras e comunicativas.
O quanto a pessoa autista será independente depende do nível de suporte que recebeu, dos estímulos, das intervenções precoces, do diagnóstico tardio ou não, da comunicação, da presença de deficiência intelectual e de comorbidades, etc.
É muito importante que pessoas do convívio e profissionais envolvidos acreditem no potencial dessa pessoa e que possam ser trabalhadas estratégias a fim de que conquistem cada vez mais independência e qualidade de vida. Pois todos temos potencial e vencemos algumas barreiras no decorrer de nossas vidas.
Dica de uma mãe superprotetora: não permita que a superproteção interfira na autonomia do seu filho, não aja e pense por ele. Permita que seu filho faça suas escolhas, tome decisões mesmo que não seja a escolha que você considere certa, pois será com os erros e acertos que ele crescerá. Por muito tempo, eu e Giovani colocamos João em uma bolha, com medo de tudo que o rodeava, medo de vê-lo cair, chorar, decepcionar-se, de vê-lo sofrer. Sempre o vimos como nossa eterna criança "frágil".
Mas hoje tenho absoluta convicção de que só atrapalhamos o seu desenvolvimento. João hoje não é uma pessoa autônoma e independente, não toma decisões, quase não faz escolhas e precisa de suporte para algumas situações do dia a dia, e isso acaba me assustando, pois não sou eterna.
Mas nunca é tarde demais para ensinar, e nunca é tarde demais para aprender.